Previsões Atuais para a Internet do Futuro

Fazer previsões pode ser algo muito complicado, ainda mais na área de tecnologia, que está em constante e rápido crescimento.

O ritmo das mudanças está cada vez mais acelerado e a natureza da inovação funciona de tal forma que os empresários e também os criminosos estão continuamente buscando “a grande próxima novidade” para nos trazer benefícios ou nos prejudicar. Esta semana, como parte da National Cyber ​​Security Awareness Month – NCSAM [Mês Nacional de Conscientização de Segurança Cibernética], vou falar sobre a Internet do futuro.

A forma como acessamos e consumimos informações e recursos digitais está sempre em mudança. Antigamente usávamos cartões perfurados e fitas de telimpressora, depois usamos telas CRT apenas com texto, passando para telas planas com interface gráfica, mouses e teclados e chegando agora aos dispositivos móveis com tela sensível ao toque e feedback tátil.  Não apenas superamos a era do texto, mas passamos pela “guerra dos navegadores” e logo abandonamos os navegadores, adotando totalmente os aplicativos móveis como forma de acessar informações. O próximo grande passo combina diversos fatores que juntos podem ser catastróficos. Com a adoção e integração em grande escala de dispositivos conectados à “Internet das Coisas” (IdC), a “economia assistida” se torna cada vez mais independente, e a Realidade Aumentada (RA) e, em menor medida, a Realidade Virtual (RV) se tornam mais e mais comuns na interface entre Homem/Máquina.

Nossas casas, nossos meios de transportes, nossas cidades inteligentes, fábricas e serviços de saúde (para mencionar apenas alguns) estão cada vez mais interconectados. Incontáveis transmissores e receptores que vão desde lâmpadas inteligentes e monitoramento fitness até transporte público e dispositivos médicos, coletam, compartilham e processam informações para tomar decisões autônomas que afetam nosso ambiente. Assistentes pessoais ativados por voz substituem interfaces físicas conforme moldamos o mundo ao nosso redor para simplesmente emitirmos comandos verbais. Pouco a pouco derrubamos as barreiras entre o mundo digital e o mundo “real” através da RA, dos dados e da internet. Pela primeira vez, esses recursos não trabalham mais separados, não os consultamos mais de forma independente, simplesmente os sobrepomos na nossa experiência no mundo real. Vivemos a vida através do filtro da web.

É um futuro animador com certeza, mas é importante não esquecer o potencial “para usos maliciosos” além dos óbvios benefícios. Estamos falando de um futuro em que os bandidos não vão mais hackear seu dispositivo; eles vão hackear sua percepção da realidade.

Os dados em geral valem ouro para os bandidos. Quanto mais dados conseguirem, mais ataques personalizados, confiáveis e bem-sucedidos eles vão poder executar. Muitas vezes, os dispositivos projetados para uso conectado e online são desenvolvidos e produzidos por organizações comuns que nunca precisaram prestar atenção à segurança digital durante o processo de fabricação e design ou por empreendedores que estão mais interessados ​​em fazer com que seu produto seja o primeiro a chegar no mercado e não vão se deixar parar por uma preocupação com a segurança.

Está se tornando um grande desafio para órgãos reguladores e para governos garantirem que os padrões de segurança sejam cumpridos, que anteriormente se concentravam nos riscos físicos de um produto e seus componentes, identificarem de forma precisa e clara os riscos digitais e definirem os critérios mínimos de segurança.  Talvez em um futuro próximo tenhamos uma espécie de Kitemark digital, com pelo menos algumas garantias de que os bens físicos e sua infraestrutura foram projetados e desenvolvidos de acordo com um padrão definido de segurança digital, que a segurança foi levada em conta – não ignorada e que nenhuma das peças menores possam levar a asfixia.

Essa necessidade se torna cada vez mais urgente, pois praticamente todos os bens de mais de £100 se tornam conectados de alguma forma. Na verdade, a Gartner estimou em 2013 que até 2020 (você já assistiu nossa premiada web-série?) haverá mais de 30 bilhões de dispositivos conectados.

Sem a implementação de uma autenticação adequada da integridade, da procedência e da validade da informação nos processos, nos dispositivos e na tomada de decisão, não apenas vamos possibilitar um novo vetor de ataque, mas também vamos fazer com que seja possível que bandidos acessem nossas vidas, nossas empresas e nossas casas.

 

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