Doações online: Evitando golpes de caridade e crowdfunding

Doações online: Evitando golpes de caridade e crowdfunding

Quando desastres acontecem, o espírito humano não vacila. Milhões de pessoas generosamente doam dinheiro oline, com amigos e colegas juntando seus recursos para contribuir para a causa. Graças a Internet, atividades como crowdfunding e outros projetos de ajuda receberam uma plataforma melhor para criar conscientização e alcançar uma audiência em todo o mundo. Principalmente as plataformas de redes sociais desempenharam um papel importante, criando suporte para determinadas causas. Por exemplo, a campanha Ice Bucket Challenge que promovia a conscientização sobre a doença ALS (sigla em inglês para esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como doença de Lou Gehrig) incentivou milhares de doações para a pesquisa quando se tornou viral na mídia social. Durante as semanas da popularidade da campanha, foi relatado que a Associação da ALS recebeu $41,8 milhões de dólares.

Embora tais esforços humanitários sejam bons para os beneficiários pretendidos, o potencial bem não pode negar os casos de abusos que ocasionalmente ocorrem. Como visto em muitos incidentes, muitos golpistas se aproveitam de atos filantrópicos feitos online e usam engenharia social para levar as pessoas a doar dinheiro para seus perpetradores. Esses são alguns golpes famosos de doações online que aconteceram, vitimizando doadores desavisados:

1. Terremoto do Nepal (2015) – quando o catastrófico terremoto, de magnitude 7,8, atingiu o Nepal no dia 25 de abril, pessoas de todo o mundo enviaram doações e se voluntariaram para ajudar as vítimas. Nos dias que se seguiram ao desastre, emails de golpes começaram a se espalhar. A mensagem do email pedia que os destinatários enviassem suas doações para uma determinada conta que pertencia ao golpista. A carta tinha frases como “Ajude o Nepal” e “terremoto do Nepal” para enganar os usuários, fazendo-os acreditar que aquela mensagem era legítima.

2. Vírus Ebola (2014) – quando a notícia sobre o vírus mortal Ebola surgiu, muitas organizações e indivíduos ficaram inclinados a doar para apoiar a necessidade por recursos. Os golpistas imitaram os sites de organizações de apoio para levar as pessoas a enviar suas doações.

3. Atentado da Maratona de Boston (2013) – dentro de poucas horas após o ataque em Boston, pessoas correram para fazer doações às vítimas. Ao mesmo tempo, um fraudador estava iludindo o público abrindo uma conta no Twitter dizendo que fazia parte da organização da Maratona de Boston. A conta do golpista prometia doar $1 dólar para cada retweet. Só depois de ter recebido mais de 50.000 retweets é que os usuários começaram a notar que era falso e o Twitter fechou a conta.

4. Tufão Haiyan (2013) – depois do Tufão Haiyan ter causado estragos nas comunidades na região central das Filipinas, milhões de vítimas precisaram de assistência humanitária. A resposta foi impressionante, com masi de US$248 milhões de dólares em auxílio enviados por governos, grupos de caridade e indivíduos. Infelizmente, os golpistas foram rápidos em faturar com a calamidade. Páginas falsas foram abertas no Facebook pedindo doações via PayPal. Além disso, muitos emails de spam também circularam, implorando que os usuários doassem através de transferências eletrônicas ou bancárias.

5. Golpes de Crowdfunding – embora o crowdfunding ofereça uma maneira rápida para levantar fundos para projetos de benefício mútuo, o sistema também pode ser explorado por fraudadores. Esses são alguns golpes de crowdfunding que criaram uma reputação de idealismo – em nome de puro lucro:

• Storm e-bike do Indiegogo (2015) – Storm Sondors, o criador do Storm e-bike, criou e gerenciou sua campanha de crowdfunding e conseguiu levantar $5,3 milhões de dólares de mais de 12.000 patrocinadores. Esses contribuidores esperavam receber uma bicicleta elétrica de baixo custo. Porém, foi relatado que Sondors mudou as especificações da bicicleta durante a campanha e fez declarações exageradas sobre o que a e-bike econômica poderia fazer. No final, Sondors foi processado por fraude contratual.

• We Tag da Kickstater (2014) – segundo a empresa We Tag, sua equipe tinha criado uma nova tecnologia que consistia em um localizador de um item Bluetooh que não precisava de bateria. Os financiadores ficaram extasiados e o entusiasmo resultou em colossais $500.000 dólares de financiamento dentro das primeiras semanas. Depois dos financiadores começarem a fazer perguntas sobre o desenvolvimento da tecnologia, a empresa evitou as respostas. No final, a Kickstatrter suspendeu o projeto e devolveu os fundos doados.

Como evitar se tornar uma vítima

Embora esses golpes nos pareçam deploráveis, para os cibercriminosos são só negócios. Sempre que houver uma oportunidade, golpistas se aproveitarão dela para roubar diheiro de usuários e eles sabem que os golpes são mais fáceis de serem aplicados quando os doadores estão sendo levados pela emoção. Para evitar se tornar uma vítima, é importante estar alerta quando se trata de doar seu dinheiro online. Aqui estão algumas dicas úteis sobre o que você pode fazer para se proteger:

• Verifique a organização – antes de se comprometer com a caridade, sempre verifique duas vezes a autenticidade da organização, entrando em contato com fontes legítimas.

• Saiba como suas doações serão usadas – embora pareça óbvio para onde suas doações devem ir, ainda é bom saber o processo e agenda da instituição de caridade em relação às doações. Uma organização genuína de ajuda deve ser capaz de fornecer todos os detalhes das contas.

• Cuidado com pedidos e campanhas na mídia social – sites de redes sociais são plataformas populares usadas para chamar a atenção. Assim, é fácil para os golpistas criarem contas falsas para atrair os usuários. Sempre esteja atento a detalhes incompletos e inconsistências antes de doar qualquer coisa.

• Certifique-se de que suas doações sejam feitas através de um site seguro –transações online sempre correm o risco de serem interceptadas por hackers e ladrões de identidade. Uma maneira de garantir que você está pagando em um site seguro é verificar a URL. HTTPS significa que informações sensíveis, como credenciais de cartão de crédito e informações do usuários foram criptografadas antes de serem enviadas ao servidor.

• Lide com os anexos com cuidado – evite abrir anexos suspeitos ou clicar em links duvidosos. Você pode saber isso procurando por erros de gramática, erros de ortografia, declarações estranhas e títulos ultrajantes. Podem ser arquivos maliciosos.

Publicado originalmente em Trend Micro US.

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