Futurologia: Cuidado com tecnologias para saúde literalmente incapacitantes

Futurologia: Cuidado com tecnologias para saúde literalmente incapacitantes

Estamos de volta, olhando em nossa bola de cristal de tecnologias futuras. Esta é a terceira postagem do projeto “Futorologia”, uma série de postagens onde a equipe de Pesquisa de Ameaças Futuras da Trend Micro (FTR) prevê o futuro de tecnologias populares.

Nas últimas duas partes dessa série, apresentamos o projeto do cenário de ameaças da tecnologia do futuro e começamos a dar uma ideia de como o setor de saúde pode parecer nos próximos anos.

Parte I: Um olhar sobre ameaças iminentes para tecnologias populares

Parte II: Dispositivos médicos inteligentes e tecnologias usáveis, engrenagens para o futuro da saúde movido por dados

Hoje, o plano é especular sobre as tecnologias de saúde que estão mais longe no futuro e podem oferecer oportunidades para agressores e ameaças aos usuários de assistência médica.

Digitalização e Impressão 3D

Essa tecnologia está rapidamente se tornando dominante à medida que os hardware ficam a cada ano mais baratos. Pode chegar ao ponto onde uma digitalização bastante precisa de membros e de partes anatômicas do corpo pode permitir que médicos imprimam próteses personalizadas em 3D, desde gessos para uma imobilização temporária até a substituição de membros em um tratamento mais permanente. Estamos falando sobre o possível nascimento da biônica personalizada em grande escala. A atual geração tem visto a repercussão do compartilhamento de fotos íntimas na Internet. Se a digitalização em 3D se tornar mais disponível, arquivos digitalizados também seriam alvos de chantagens e extorsão por cibercriminosos como são as fotos em 2D de hoje.

Medicamentos em dispositivos “lab-on-a-chip” 

Mais coisas bacanas no futuro desse campo emocionante? Que tal o assim chamado “incrível encolhimento do laboratóriolab-on-a-chip drugs? São pílulas ou patches que podem fornecer a dosagem certa de medicamento necessário automaticamente. Isso é possível com base nos parâmetros corporais medidos com um sensor externo ou por uma diagnose algorítmica em nuvem. Parece que o paciente precisa de 10 miligramas de uma mistura desse remédio específico? Já está chegando!

Variar a composição e dosagem das drogas tem suas dificuldades tecnológicas, tenho certeza. Depois de superar essa parte temos um grande dispositivo no mercado e a interceptação desses parâmetros de drogas por um agressor pode ser fatal. Mesmo atrasar o fornecimento da droga já pode ser bastante ruim. Esse pode ser o supremo ransomware do futuro, pagar ou morrer. Negação de serviço de saúde, qualquer um?

Vestuário Inteligente

Não estamos falando só de camisetas com sensores de fitness e ginástica – já existem algumas tentativas ultimamente – mas, há um espectro mais amplo de coisas que podem estar vindo no futuro. Que tal exoesqueletos? Não, não vamos ter ossos de adamantium ou garras retráteis tão cedo. Estamos falando de dispositivos que podem ajudar corpos deficientes a se moverem graças a servomotores que permitem que pessoas com atrofia muscular ou paralisia realizem atividades físicas. Parece exagero? Isso já foi explorado para uso militar, ajudando indivíduos a carregar mais peso ou absorver mais impacto nos campos de batalha. Com o avanço e barateamento dos dispositivos de digitalização e impressão 3D, eles poderiam acomodar mais usos terapêuticos para doenças mais comuns. Entusiastas do esporte, especialmente os de esportes radicais, podem usar roupas inteligentes como um equipamento de proteção. Isso é algo que eu mesmo gostaria de experimentar.

Cuidados Robóticos

Falando de robôs ou que se pareçam com um com um exoesqueleto adaptado ao seu corpo, poderemos ver mais robôs cuidadores em breve. Robôs como assistentes de pessoal de enfermagem não são impensáveis. Os equipamentos de prática médica estão se tornando cada vez mais robóticos por natureza, pois a alta produtividade de seu uso justifica o investimento. Isso abre a porta para a cirurgia robótica, para as cirurgias altamente automatizadas onde o cirurgião pode dar as instruções exatas e a máquina pode executá-las exatamente como o programado. Isso já está sendo usado em algumas áreas mas pode se tornar comum conforme a tecnologia se torna mais precisa e acessível. Em teoria um hacker poderia acessar o robô levando a danos físicos, mas na vida real, não é provável que aconteça e está mais no domínio da ficção científica. Pela quantidade de trabalho envolvido para se chegar à rede, reverter o firmware e controlar o robô, é mais fácil infligir danos usando os meios do mundo real. Isto está mais conectado ao assunto de hacking da IoT (Internet das Coisas) ou de dispositivos conectados a Internet. A ideia é que qualquer coisa com uma conexão online pode ser atacada. Novamente, a probabilidade de ser um alvo está diretamente ligada ao tipo de dispositivo de que estamos falando. Não entrarei em detalhes, mas se um ataque pode acontecer ou não, dispositivos que envolvem um risco maior obviamente precisam de mais proteção. Um carro conectado a Internet precisa de mais proteção do que uma torradeira conectada a Internet. O mesmo vale para qualquer dispositivo médico que está conectado fisicamente ou que afeta um corpo humano.

Visualização e Análise de Dados

Com os últimos avanços nesse campo, os médicos poderão visualizar digitalizações em 3D através de imagens de ressonâncias magnéticas (MRI) ou digitalizações de raio-X de tomografia computadorizada (X-ray CT) através de uma realidade aumentada sobreposta aos dados de imagem do paciente. Uma tecnologia de visualização similar a do Oculus Rift pode ser usada para entrar nas entranhas do paciente, entender seu estado totalmente, dar um diagnóstico mais preciso, olhar os dados mais de perto e planejar um procedimento cirúrgico importante. Não sei se devo ficar feliz por esses médicos ou com medo diante da perspectiva.

Está claro que a situação atual e a evolução da tecnologia oferecerão novos brinquedos para todas as áreas humanas. A assistência médica não é exceção. Porém, riscos adicionais tornam o setor mais propenso a ataques e a repercussões de ameaça à vida. As tecnologias para a saúde precisam ser pensadas antecipadamente. Os desenvolvedores precisam criar um certo nível de segurança desde o início porque, nesse caso, mesmo um estrago acidental ou casual pode ser incapacitante, literalmente.

Publicado originalmente pro em TrendLabs.

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