Protegendo sua privacidade – parte 1: Os riscos de privacidade em redes sociais e navegação online

privacidade_proteção_hacker_trend_microA maioria dos americanos atualmente passa boa parte do dia online. De fato, eles gastam por volta de cinco horas diariamente só no celular. Boa parte deste tempo é usado navegando na Internet ou fazendo check-in e atualizando status em redes sociais. Só tem um problema: a menos que o você esteja com os controles de privacidade devidamente ajustados, é bem provável que esteja compartilhando dados pessoais com terceiros muito além do que gostaria.

Estas informações podem ser usadas para exibir anúncios relevantes para você; podem, também, ajudar agentes do governo em investigações, empresas a analisar seu perfil antes de entrevistas, a estabelecer um score de crédito em instituições financeiras e até mesmo serem usadas por candidatos para influenciar seu voto. E o mais perigoso de tudo isso: usadas por hackers para cometer fraudes.

O recente escândalo envolvendo o Facebook e a Cambridge Analytica, no mínimo, serviu para colocar as questões do direito à privacidade de usuários de Internet nos EUA e no mundo no centro das atenções. Se os dados de 87 milhões de usuários do Facebook podem ser coletados por terceiros sem seu consentimento e usados com propósitos eleitoreiros, surgem algumas questões importantes sobre como nossas informações estão sendo usadas pelas diversas entidades com que interagimos diariamente.

A boa notícia é que há medidas que você pode tomar agora mesmo para proteger sua privacidade online, usando tanto os recursos nativos de muitas das redes e navegadores e soluções externas como o Trend Micro Security’s Privacy Scanner.

Esta série de dois artigos primeiramente vai avaliar como a privacidade online afeta você – onde estão os problemas-chave e as consequências de compartilhamento desmedido de dados na Internet. Já na parte dois, falaremos sobre passos mais concretos que você pode tomar para proteger sua privacidade online.

Por que eu deveria me importar?

Quase todo mundo hoje em dia acha que usar a internet é algo corriqueiro – é um recurso como água encanada ou energia elétrica em casa. Mas nem sempre paramos para pensar no que é que estamos oferecendo em troca de acessar este mundo online. Existem muitas maneiras pelas quais seus dados podem acabar parando nas mãos de terceiros, tanto de forma autorizada explicitamente, nas letras miúdas no rodapé da página ou mesmo roubadas sem que nós saibamos disso. Compartilhar dados pessoais assim pode até ser benéfico: quando resulta em anúncios mais pertinentes, por exemplo. Mas por outro lado, isso também abre espaço para roubo de identidade e ciberataques.

Há três principais dimensões para se considerar:

  • A rede social

Seja Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn ou qualquer outro ambiente social, os riscos são basicamente os mesmos. Você pode compartilhar informações demais  em seu feed público ou aceitar algum termo de privacidade sem perceber o quanto ele é abusivo.

Embora muitos de nós não leiamos os termos de privacidade antes de aceitá-los, vale a pena entender quais são os seus direitos, como suas informações serão protegidas e como não serão. Tenha em mente, contudo, que políticas podem mudar de uma hora para outra de forma significativa.

  • Aplicativos de terceiros

São programas que interagem com as redes sociais, mas que são feitos e administrados por desenvolvedores independentes, muitos dos quais requerem acesso estendido a seu perfil sem necessidade de se responsabilizar pelo que fazem com os dados obtidos. É justamente este o problema que levou ao escândalo da Cambridge Analytica, que coletou dados de dezenas de milhões de usuários do Facebook simplesmente porque eram “amigos” de quem usava o app da empresa.

  • Rastreamento de browser

Frequentemente esquecemos de quanta informação importante cedemos só em buscas na internet. Isso faz de nossos dados de navegação muito valiosos para anunciantes e indivíduos maliciosos que buscam informações para realizar chantagens e outras atividades ilícitas.  Eles também podem tentar obter senhas arquivadas no navegador.

Foco na privacidade

Vamos dar uma olhada em três exemplos de como sua privacidade online está em risco:

  • Facebook

Uma grande parte das nossas vidas digitais acontece dentro do Facebook, hoje em dia, e isso faz com que, possivelmente, seja o site mais importante no qual ficar de olho. Tudo, do nosso e-mail, telefone, data de aniversário às visões políticas, orientação sexual e com quem você é casado está registrado lá. Fora as atualizações de status, links e fotos que eventualmente você pode publicar.

Se compartilhar demais estas informações, elas podem ser usadas por bancos, potenciais empregadores e mesmo a polícia e outros órgãos governamentais. Há ainda o risco delas serem usadas por trolls ou stalkers. Porém, o risco maior é que elas podem ser encontradas por golpistas, que são particularmente bons em juntar informações sobre seus alvos, seja para realizar fraudes de identidade, abrir contas em seu nome ou lançar campanhas de phishing muito convincentes, pensadas para conseguir ainda mais informações pessoais como dados bancários ou simplesmente para espalhar malware.

Qualquer app conectado que você possa ter, como jogos online e quizzes, também podem requerer acesso a informação sensível. Eles, então, podem vender essas informações para anunciantes e outros. Muito embora o Facebook tenha mudado seus termos de serviço e coibido este tipo de atividade, ainda assim pode acontecer como o caso dos dados de 87 milhões de usuários utilizados para propaganda política.

  • Twitter

É muito mais fácil proteger sua privacidade neste site, dado que você só expõe o tweet ou o que consta em seu perfil público. Dito isso, há algumas preocupações em relação a questões de geolocalização. Se esse recurso está ativado os usuários podem acidentalmente fornecer suas localizações na hora da postagem; em casos extremos, isso pode ser usado por um assaltante para invadir a casa do usuário, caso ele constate que o proprietário está ausente.

Você também pode ser marcado em fotos a menos que desabilite esta opção, e isso pode abrir espaço para marqueteiros terceiros acessarem seu e-mail e telefone associados à sua conta. O Twitter também vai exibir anúncios baseado em suas visitas a sites e seu perfil de navegação, a menos que você especifique que não deseja isso.

Navegação online

O foco aqui será o Chrome, pois é o navegador mais popular, mas estas recomendações servem para qualquer outro. Navegar com o Chrome gera inúmeras informações para o Google sobre sua vida pessoal, o que ele vende para anunciantes para personalizar seus resultados de busca. É por isso que sua receita de anúncios em 2017 chegou à casa dos US$100 bilhões. O modo de navegação anônima oferece algum nível de proteção, mas pode passar uma falsa sensação de proteção ao usuário. Embora seu uso garanta que os dados das páginas visitadas não fique em seu histórico, não guarde cookies nem apareça no histórico de pesquisa, os provedores e entidades que conhecem seu IP ainda serão capazes de rastrear sua localização, assim como os sites visitados, a menos que você navegue por VPN.

O Chrome ainda vai perguntar se você quer guardar suas senhas cada vez que as digitar em um novo site. Embora isso economize bastante tempo, pode também gerar mais riscos de segurança porque elas ficam alocadas no navegador. Se você for hackeado, um invasor pode conseguir estas credenciais com relativa facilidade e abrir todas as suas contas quando quiser.

Fique ligado para a parte dois, onde vamos explorar tudo que você pode fazer para proteger sua privacidade online.

 

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